Por Karime Loureiro, colunista VemTambém
Quantas vocês já ouviram ou falaram: “vinhos de rosca (screw cap) prestam? Vinho bom e vinho com rolha…”
Esse é mais um dos assuntos polêmicos do mundo dos vinho.
Eu sempre vejo as pessoas “torcerem o natiz” para o Screw cap. Vamos entender quais as vantagens de cada um deles?
A cortiça tem sido usada ao longo dos anos sobretudo nas rolhas para garrafas de vinho e champanhe. A História diz que o material foi encontrado pela primeira vez nos túmulos do Egito. Os antigos gregos e romanos faziam uso deste material para redes de pesca, sandálias, rolhas de garrafa e dispositivos de flutuação individuais para os pescadores.
Com o passar dos anos, o material continuou a ter como utilização principal as rolhas das garrafas. Até meados dos anos 1.700 a cortiça era colhida onde as árvores nasciam. Devido ao seu sucesso, os sobreiros começar a ser cultivados para a produção da cortiça.
Em 1.688 Pierre Pérignon “descobriu” o champanhe e usou uma rolha de cortiça para selar a sua invenção.
Em 1.890 uma empresa alemã desenvolveu um estudo para usar os restos deste material. Conseguiram obter um método em que a cortiça pudesse ser cortada em folhas e utilizada de diversas formas; e foi assim que nasceu a cortiça aglomerada. John Smith descobriu que usando calor e pressão para libertar as resinas naturais, ele conseguia criar um conglomerado de partículas de cortiça que não precisavam de qualquer material a ligá-las. Mais tarde, Charles McManus encontrou um método de produção de cortiça aglomerada que podia ser usado para forrar tampas de garrafa e, desde então, foram experimentadas várias formas de utilização dos restos de cortiça, de modo a não desperdiçar nada.
Vamos combinar que as rolhas de cortiça têm o seu “glamour “, há todo um ritual ligado a elas; abrir a garrafa, cheirar a rolha, guardar de lembrança… Como mencionado acima, elas derivam do Sobreiro, uma árvore encontrada em Portugal. Existem diferentes tipos de rolhas de cortiça: rolha de cortiça maciça, rolha de cortiça colmotada e a cortiça aglomerada. Sendo que a primeira é a mais cara e as duas últimas são mais usadas.
Não é fácil e nem é barato extrair uma rolha de um Sobreiro. Importante frisar que o primeiro descortiçamento ocorre quando a árvore tem 25 anos de idade (ou 70 cm de perímetro), mas é somente na terceira extração, quando o sobreiro atinge cerca de 43 anos (ele pode atingir entre 200 e 250 anos de idade), que a cortiça adquire a espessura ideal para a produção de rolhas naturais, o nível mais alto da categoria. Por isso as rolhas de cortiça maciça são utilizadas para os vinhos de guarda que evoluem com o tempo na garrafa.
Já o Screw Cap é uma tampa de rosca, composta por uma cápsula metálica e um anel de vedação. Tem a praticidade e agilidade como alguns dos seus maiores atrativos e se tornou uma tendência mundial.
A Screw Cap em nada influencia na qualidade do vinho que está dentro da garrafa. Portanto ela é mais utilizadas para vinhos de giro e consumo rápido.
QUAL É O MELHOR?
A escolha do tipo de vedação a ser utilizada é feita pelo produtor, o qual levará em consideração o estilo de vinho, o custo, e outros pontos. Um vinho jovem, daqueles que devem ser consumidos mais rápido, por exemplo, não precisam de rolha de cortiça maciça, é um custo “desnecessário”; mas aquele Brunello di Montalcino, que tem altíssimo potencial de guarda, certamente PEDEM rolhas de cortiça!
Não deixe de degustar um rótulo por ser rolha ou Screw Cap. Definir a compra de um vinho por conta seu vedante é mais uma escolha estética, ligada à preferência, do que técnica e qualidade.
LEMBRE-SE: SEM PRECONCEITOS NA VIDA E NOS VINHOS!
Você escolhe o vinho pelo tipo de vedação?