Por Karime Loureiro, colunista VemTambém
Queijo e vinho é uma “dupla dinâmica” e com muita história para contar: as mais remotas evidências da existência de ambos são de 5.000 a 6.500 anos a.C. Apesar de estarem presentes na história da humanidade faz tempo, a harmonização de queijos e vinhos ainda provoca dúvida!
Há queijos com sabores mais leves e cremosos – como o frescal – enquanto outros, curados, podem ter sabores mais intensos – como o gorgonzola. Sendo assim, é necessário um tempinho para entender como as notas aromáticas dos vinhos casam-se aos diferentes tipos de queijo.
Existem inúmeras formas de classificação dos queijos, sendo a mais conhecida o tempo de maturação, quanto ele descansa antes de ser consumido, e também se ele recebe sal ou algum microorganismo – como bactérias ou fungos – como parte da produção do alimento.
A gente fala sempre de Brie, gorgonzola, parmesão… Mas e os brasileiros? Como harmonizá-los? vamos ver?!
Coalho
Produzido e reconhecido como tal há mais de 150 anos, o coalho é um queijo de sabor delicado, levemente ácido, pouco salgado, e com boa resistência ao calor vai ficar delicia com Brancos leves e Frutados.
Queijo do Marajó
Receita secular da Ilha do Marajó, no Pará, o queijo do Marajó é feito 100% de leite de búfala. Extremamente cremoso e de sabor delicado, mas com a gordura do leite bem presente, pede um vinho que tenha um alto nível de acidez para limpar o paladar , mas com uma certa delicadeza para não se sobrepor ao do queijo, ÓBVIO QUE O QUEIJO DA MINHA TERRA PEDE UM ESPUMANTE, EXPERIMENTE COM BRUT!
Canastra – (MG)
O Canastra é tombado pelo IPHAN como patrimônio cultural imaterial brasileiro, produzido há mais de 200 anos.
Seu consumo ideal é após duas a três semana de cura, quando adquire seu sabor e texturas típicos, levemente firme e picante, salgadinho na medida certa.
Essa presença discreta de sal e a picância fazem dele um ótimo parceiro para tintos mais robustos, com alguma presença de taninos. Para equilibrar as características do queijo Canastra, aposte em vinhos feitos a partir da Cabernet Franc, que apresentam aromas de cranberry, rosas e especiarias como pimenta preta.
Queijo-Manteiga – Sertão Nordestino
É um queijo de massa cozida, que tem a adição de manteiga no estágio final do seu preparo, com textura uniforme e macia, porém com cremosidade e oleosidade, o que faz dele o parceiro ideal para vinhos de acidez e aromas marcantes, como os Reislings do velho mundo ou espumantes, claro!
Colonial – Região Sul
Muito popular no Sul do Brasil, em especial no Rio Grande do Sul, o queijo colonial é maturado por 30 a 75 dias, tem textura untuosa e amanteigada, em função de seu teor de gordura.
Sua produção e popularização veio por intermédio dos imigrantes italianos. Seu sabor complexo, untuosidade e discreta picância fazem dele um ótimo parceiro para vinhos frutados, de taninos macios e sedosos como o Gamay Nouveau.
Minas Frescal
Um clássico na cultura brasileira, o minas frescal é delicado, tem consistência mole, alto teor de umidade e leve acidez . Esse queijo, geralmente consumido como aperitivo ou em saladas e lanches mais leves, pede um vinho branco de sabores e aromas igualmente delicados, como os vinho verdes ,