Por Karime Loureiro, colunista VemTambém
Ao colocar o vinho em uma taça, girá-la um pouco (deixe descansar um tempo) filetes escorrendo pelas paredes da taça, chamadas de lágrimas do vinho, surgirão.
Em meados do século XIX, os físicos Carlo Marangoni e James Thompson comprovaram que tudo está diretamente ligado às características físico-químicas da água e do álcool e batizaram o fenômeno de Efeito Marangoni, o qual ocorre em razão da grande diferença entre a tensão superficial da água e do álcool, bem como ao fato do álcool evaporar com muita facilidade.
Para que analisemos as lágrimas do vinho de forma mais acurada, alguns pontos devem ser observados: a taça deve ser transparente, lisa e de bojo redondo, devendo estar apenas com 3/4 dela preenchida. Se as pernas (lágrimas) estiverem em abundância, juntas e mais lentas para descerem, significa que o vinho tem maior quantidade de álcool. Já se tiver poucas lágrimas, mais afastadas e descerem rapidamente pela taça, a bebida tem menor teor alcoólico.
Atenção: esse “fenômeno” nao se aplica aos espumantes.
Mas por que observar as lágrimas do vinho?
Dessa análise é possível ter noção da graduação alcoólica do vinho e de sua estrutura, sem ao menos dar um gole; ou seja, caso seus favoritos sejam os vinhos mais encorpados, com maior teor alcoólico, verifique se ele apresenta grande quantidade de lágrimas e se elas escorrem lentamente. Ainda assim, se a ideia é degustar uma bebida menos alcoólica e mais leve, veja se o vinho forma poucas lágrimas e se elas descem mais rápido. É importante dizer que as arquetes não se referem à qualidade da bebida, mas apenas às características já mencionadas.