Por Karime Loureiro, colunista VemTambém
Quando abrimos uma garrafa de vinho não imaginamos o longo caminho percorrido pela rolha de cortiça, que vem da casca do Sobreiro.

A cortiça, que é a própria casca da árvore, consiste em um tecido celular homogêneo, elástico, impermeável e isolante térmico. Para a fabricação da rolha, a cortiça passa por vários processos, cujo primeiro passo é a sua extração da árvore.
Extrair a casca do sobreiro é um trabalho manual, realizado com um machado, que precisa de muita perícia de quem o executa, pois um ferimento no tronco da árvore pode comprometer a nova casca que se formará após 9 anos ou até mesmo pôr em risco a saúde da árvore.
O Sobreiro é uma espécie de carvalho (Quercus suber L.), cuja origem remonta há alguns milhões de anos.
Hoje difundida pela região Mediterrânica Ocidental, principalmente, Portugal, Espanha, França, Itália, Marrocos, Argélia e Tunísia, frisa-se que Portugal tem a maior área plantada, 34% do total mundial, e é o maior produtor de cortiça (cerca de 100.000 ton/ano).
Por esses números, já é possível imaginar a grande importância econômica e social dessa árvore. Só em Portugal, em torno de 6.000 postos de trabalho na área de exploração florestal, além de muitos outros na indústria da cortiça e outros trabalhos indiretos são gerados.
A importância ecológica dessa árvore também é surpreendente. Ela fornece a cortiça, um produto renovável e com extração que não agride a natureza, proporciona também a regulação hidrológica, a proteção do solo, a conservação da biodiversidade das áreas onde é cultivada e retira o carbono da atmosfera (cerca de 14,7t de CO2 por ano).
Importante frisar que o primeiro descortiçamento ocorre quando a árvore tem 25 anos de idade (ou 70 cm de perímetro), mas é somente na terceira extração, quando o sobreiro atinge cerca de 43 anos (ele pode atingir entre 200 e 250 anos de idade), que a cortiça adquire a espessura ideal para a produção de rolhas naturais, o nível mais alto da categoria.
Resumindo, o sobreiro é o máximo!!!
Fontes: Provinho e Cortiarte