Ao descrevermos um vinho, utilizamos uma figura linguagem conhecida como sinestesia (quando há o uso de sensações de diferentes órgãos do sentidos: audição, visão, tato, paladar e olfato).
O primeiro passo para avaliar qualquer vinho é descrever a aparência; no caso de espumantes, as borbulhas são protagonistas.
A palavra perlage é derivada do termo francês ‘Perle’, que quer dizer pérola. Já perlage (que é masculino e singular) significa ‘colar de pérolas’: as borbulhas.
Nos espumantes de gaseificação completamente natural (Prosecco, Cava, Champanhe…) o perlage é um sinal importantíssimo da qualidade do vinho.
Podemos avaliar o perlage de um espumante levamos em conta três fatores, quais sejam:
– Tamanho: quão menores as bolhas, mais agradáveis elas serão na boca.
– Quantidade: um bom espumante pode produzir até 8 milhões de “bolhinhas” em apenas uma garrafa, é isso mesmo! Ao abrirmos um champanhe, por exemplo, 400 borbulhas “vão embora” por segundo. E o que isso que dizer? Em aproximadamente seis horas, você perderá todo o “ouro” do espumante: as borbulhas.
– Persistência: quão mais duradouro o perlage melhor o espumante.
Mas você sabia que o gás carbônico dos vinhos frisantes e espumantes precisa de atrito com superfícies irregulares para formar as desejadas borbulhas? Sem ele, o gás não se acumula o suficiente para criar bolhinhas perceptíveis, e um vidro totalmente liso faz com que o melhor dos champanhes fique imóvel quase como um vinho tranquilo; logo, taças feitas de cristal, que tem a superfície mais porosa que a do vidro, deixam o perlage de um espumante ainda mais abundante.
Não se esqueça: as taças devem estar sempre bem limpas e secas! Evitar gelar as taças (deixe esse hábito para as canequinhas de Chopp).
Ah, já ia me esquecendo… A taça coupe, também conhecida como “taça Maria Antonieta” (dizem que ela teria mandado fazer tais taças com o molde dos seus seios), embora muito bonita, não trará uma experiência interessante, pois o pelage “some” rapidamente!
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