Até o dia 30 de abril, Museu de Arte Contemporânea do Ceará e instituições parceiras realizam 13 ações virtuais com protagonismo de artistas indígenas, entre rodas de conversa, aulas abertas, visitas virtuais a mostras artísticas, sessão de cinema e sarau
O Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, por meio do Museu de Arte Contemporânea do Ceará, em parceria com o grupo Tamain, o coletivo Poti, o Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (NEABI) e o Programa de Pós-graduação em Artes do Instituto Federal do Ceará – IFCE, realizam, de 26 a 30 de abril, a Semana de Arte Indígena Contemporânea do Siri-Ará. Composta por mesas, sarau, aulas livres, visitas virtuais aos espaços virtuais dos artistas e sessão de cineclube com debate sobre cinema indígena, a programação será transmitida, ao vivo, nos canais do Youtube Dragão do Mar e do IFCE Fortaleza.
Para marcar o Abril Indígena, a Semana de Arte Indígena Contemporânea do Siri-ará foi concebida com vistas a promover uma maior visibilidade à arte e aos artistas indígenas do Ceará, potencializando a luta e as vivências desses agentes que, com seu trabalho, provocam reflexões sobre questões como colonialidade, ecologia e futuros possíveis.
Embora exista uma vasta produção artística sobre a cultura indígena no Brasil, dificilmente os próprios indígenas estiveram como protagonistas de suas artes no meio artístico. De acordo com Cecília Bedê, gestora do MAC Dragão: “participar da Semana de Arte Indígena Contemporânea do Sirí-Ará é para o MAC Dragão a oportunidade de afirmar a importância de olharmos para a diversidade de produções dos artistas indígenas da nossa terra”. “As múltiplas expressões desses artistas carregam tanto suas ancestralidades quanto as marcas das violências e adversidades implantadas a partir da colonização”, afirma Iago Barreto, coordenador do grupo Tamain.
O Museu de Arte Contemporânea do Ceará realizará três ações, sempre às 10h, com transmissão no canal do Dragão do Mar no YouTube. Serão duas visitas virtuais por mostras de trabalhos indígenas dispostos no site do grupo Tamain, na terça (27) e na quinta (29). As conversas com curadores e artistas abordarão os processos de criação e curadoria e serão mediadas por Iago Barreto, coordenador do grupo Tamain, Ka Moreira, educador do Núcleo Educativo do Museu, e Albio Sales, professor do Programa de Pós-graduação em Artes do IFCE.
O MAC Dragão também realizará, na quarta-feira (28) o Sarau de Poesia Indígena. Com roda de conversa e leitura com poetas, a ação exaltando a crescente literatura indígena e faz uma homenagem à produção local. Participam os indígenas Cida Araújo, Reginaldo Kanindé, Merremi Karão Jaguaribaras, Flaviana Tremembé, Antônia Kanindé e Toin Gavião.
Cida Araújo Reginaldo Kanindé Merremi Karão Jaguaribaras Flaviana Tremembé Antônia Kanindé Toin Gavião
Outras iniciativas poderão ser acompanhadas no YouTube do IFCE Fortaleza. Veja a programação completa a seguir.
PROGRAMAÇÃO
26/04 Segunda
14h – Abertura Oficial – “A arte indígena brota em toda a terra” – Mesa com Júnior Potiguara e Merremi Karão Jaguaribaras – Mediação de Lourdes Macena
19h – Lançamento do livro “Mecunã Kérrupi Ané” – Ifoto, com Ka, Felipe Camilo e Aleff Tapeba – Mediação de Iago Barreto no Canal do IFCE
27/04 Terça
10h – Visita virtual por obras de artistas indígenas, com mediação de Iago Barreto, Albio Sales e Ka Moreira (Educativo MAC Dragão) no YouTube do Dragão
14h – Mesa “Corpo Indígena é arte”, com Débora Anacé, Kaolin Tremembé e Rodrigo Tremembé – mediação de Andréa Bardawil, no Canal do IFCE
19h – Aula de Yorém, Musicalidade Indígena com Paulo Karão, no Canal do IFCE
28/04 Quarta
10h – Sarau de Poesias indígenas no canal do Dragão, com Merremi Karão Jaguaribaras, Reginaldo Kanindé, Flaviana Tremembé, Antônia Kanindé e Toin Gavião, Miguel Apingora, Cida Araújo e Mediação Iago Barreto, no YouTube Dragão. Atividade com tradução em Libras.
14h – Mesa “A cura indígena é arte”, com Bárbara Kariri, Jéssica Anacé, Fagner Gavião e mediação de Carolinne Melo, no Canal do IFCE.
19h – Sessão Cineclube com Emilly Guilherme, do Coletivo Poti, no Canal do IFCE
29/04 Quinta
10h – Visita Virtual por obras de artistas indígenas no canal do Dragão, com mediação de Iago Barreto, Albio Sales e Ka Moreira, no YouTube do Dragão
14h – Mesa “Diásporas indígena é arte. Sobrevivência dos saberes”, com Drica Moraes, Lucas Kariri e mediação de Ka Moreira
19h – Aula Aberta “História da Imagem Indígena”, com Iago Barreto, no Canal do IFCE
30/04 Sexta
14h – Mesa “Espiritualidade indígena na arte”, com Byya Kanindé, Rafa Anacé e mediação de Mateus Uchôa, no Canal do IFCE
19h – Encerramento – “Mãe Tamain é arte e futuro”, com Rapha Anacé, Jéssica Anacé, Iago Jenipapo-Kanindé e mediação da Anna Erika Ferreira Lima, no Canal do IFCE.
Sobre os participantes das ações do MAC Dragão na Semana de Arte Indígena Contemporânea do Siri-ará
Mediação Virtual
Iago Barreto é arte-educador, artista e comunicador comunitário. É coordenador do grupo Tamain. Colaborador do Museu Indígena Tremembé desde 2014, foi professor escola de cinema indígena jenipapo-kanindé, e curador da exposição “Nas aldeias: o cotidiano sob o olhar da juventude indígena do Ceará”, a primeira exposição multiétnica de fotógrafos indígenas do Estado. Desde 2018, trabalha junto aos Anacé da Japuara, fotografando o projeto Memórias da Retomada de São Sebastião e com o Cine Japuara, cineclube de luta pela terra e emancipação humana.
Albio Sales é Doutor em História pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), com Estágio de Pós-Doutorado pela Universidade do Porto (U.P.), Portugal; Mestre em Urbanismo pela UFPE; graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e licenciado em Arte e Educação pelo Centro Universitário UniGrande. Atualmente integra o quadro de professores do PPGE-UECE e PPGArtes-IFCE; e do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Unichristus. É líder do grupo de pesquisa Investigação em Arte Ensino e História – IARTEH e possui experiências de investigação em temáticas das áreas de Artes, Arquitetura e Educação.
Ka Moreira é arte-educador e realizador audiovisual. Atualmente, é graduando em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário UniFanor. Compõe a equipe de educadores do Museu de Arte Contemporânea do Ceará – MAC Dragão.
Sarau de Poesia Indígena
Antônia da Silva Santos (Antônia Kanindé) é indígena do Povo Kanindé de Aratuba/CE e atualmente é graduanda do bacharelado em Museologia da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). É membro do Coletivo de Estudantes Indígenas na UFRB e do Grupo de Pesquisas Recôncavo Arqueológico.
Cida Araújo é natural de Canindé-CE. Atriz, poeta e arte-educadora. Graduanda do Curso de Licenciatura em Teatro do IFCE-Campus Fortaleza, bolsista do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro e Indígena (NEABI) e Coordenadora Executiva do centro acadêmico Wládia Torres (CAWT).
Merremii Karão Jaguaribaras é militante indígena, agricultora, ambientalista, poetisa, art-taowás (pinturas e grafismos) e graduanda em Sociologia pela Unilab-CE.
Miguel Pereira “Apingorá” é indígena do Piauí, com pertencimento étnico ao povo Tremembé e farmacêutico.
Flaviana da Silva (Flaviana Tremembé) é moradora da Aldeia São José, da etnia Tremembé. É professora e cordelista.
Toin Gavião é poeta e compositor da aldeia Boa Vista, em Monsenhor Tabosa (CE), do povo Gavião e do movimento indígena potigatapuia.
Reginaldo Kanindé é escritor renomado do povo kanindé, na Serra da Aratuba, com forte inclinação a encantar a realidade através das palavras.
Serviço: MAC Dragão e parceiros apresentam a “Semana de Arte Indígena Contemporânea do Siri-ará”
Período: 26 a 30 de abril de 2021
Horários diversos
Transmissão: do Youtube Dragão do Mar e do IFCE Fortaleza
Acesso livre e gratuito