Hoje é o Dia Internacional do Café e convidamos a jornalista Maria Larissa Falcão para escrever sobre uma de suas paixões: o insubstituível cafezinho.
Quantas Memórias Cabem em uma Xícara de Café?
Minha avó Chiquinha frequentou o Café da Dona Chiquinha, localizado na cidade de Pacajus, durante anos. Ela costumava levar a minha mãe. Depois foi a vez da minha mãe me levar para tomar café lá. Mas eu só frequentei o Café da Dona Chiquinha quando ele estava sob a administração da filha dela, a Suzana.
O café da Dona Chiquinha resistiu por mais de 60 anos. Aceitou os desafios impostos pelo tempo e pela economia às mulheres que empreendem. Mas a fadiga do cotidiano trouxe para Suzana, atualmente com idade bastante avançada, a necessidade de parar. Para continuar era preciso um novo ritmo. Era preciso o ritmo do coração da Aline Maia.
Aline tem mente inquieta e um coração atento e forte – como os bons cafés. Tão atento que, mesmo vivenciando as incertezas e medos que a pandemia trouxe a todos nós, não deixou o Café da Dona Chiquinha fechar. O pulsar do coração da Aline reforçou a estrutura desse pequenino lugar, que não é apenas físico, pois foi erguido a partir da matéria-prima dos sentimentos.
O primeiro e mais importante Café de Pacajus reinventou-se porque a cidade precisa dele para nunca esquecer de si mesma. Agora, eu e minha mãe frequentamos o Café da Vó, que já foi o Café da Dona Chiquinha, da Suzana e, desde agosto de 2020, passou a ser da Aline.
Maria Larissa Falcão é jornalista e ama café.